A espondilodiscoartrose é uma condição que afeta as articulações da coluna vertebral. Vamos quebrar esse termo para entender melhor:
Espondilo-: Refere-se às vértebras, que são os ossos individuais que compõem a coluna vertebral.
Disco-: Refere-se aos discos intervertebrais, que são estruturas localizadas entre as vértebras e funcionam como amortecedores e permitem a mobilidade da coluna vertebral.
Artrose: É uma condição degenerativa das articulações, caracterizada pelo desgaste da cartilagem que cobre as extremidades dos ossos nas articulações.
Assim, a espondilodiscoartrose é basicamente a degeneração das articulações e dos discos da coluna vertebral. Isso pode ocorrer como parte do processo natural de envelhecimento, mas também pode ser acelerado por lesões, sobrecarga nas articulações ou condições médicas específicas. À medida que os discos se degeneram, podem ocorrer mudanças na estrutura, como diminuição da altura do disco, formação de osteófitos (bordas ósseas irregulares) e perda de elasticidade.
Os sintomas da espondilodiscoartrose podem incluir dor nas costas, rigidez, redução da flexibilidade e, em casos mais avançados, compressão de nervos que pode levar a sintomas como formigamento, fraqueza e dor irradiando para outras áreas do corpo.
A espondilodiscoartrose pode levar à compressão das raízes nervosas que emergem da medula espinhal levando ao que chamamos de radiculopatia (doença da raiz nervosa).
A eletroneuromiografia (ENMG) desempenha um papel importante no diagnóstico de radiculopatia, que é uma condição em que há compressão ou irritação das raízes nervosas na coluna vertebral. A ENMG é um exame eletrofisiológico que avalia a condução elétrica dos nervos e a atividade elétrica dos músculos, fornecendo informações valiosas sobre o funcionamento do sistema nervoso periférico.
Na presença de radiculopatia, as raízes nervosas que saem da medula espinhal podem ser afetadas devido a condições como hérnia de disco, estenose vertebral ou outros problemas na coluna vertebral. A ENMG pode ajudar de diversas maneiras no diagnóstico da radiculopatia:
Localização da Lesão: A ENMG pode ajudar a determinar a localização exata da lesão nervosa. Ela pode diferenciar entre problemas na coluna vertebral, nas raízes nervosas ou nos músculos.
Severidade da Lesão: O exame pode fornecer informações sobre a gravidade da lesão nervosa, indicando se há apenas irritação ou compressão significativa das raízes nervosas.
Descartar Outras Condições: A ENMG pode ajudar a descartar outras condições que podem mimetizar os sintomas de radiculopatia, como neuropatias periféricas ou problemas musculares.
Avaliação da Função Muscular: Além de avaliar as raízes nervosas, a ENMG também pode fornecer informações sobre a integridade e a função dos músculos. Isso é útil para determinar se a fraqueza muscular está relacionada à radiculopatia.
É importante observar que a ENMG é frequentemente utilizada em conjunto com outros exames de imagem, como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), para obter um quadro abrangente do problema. Juntos, esses exames podem auxiliar na elaboração de um diagnóstico mais preciso e no desenvolvimento de um plano de tratamento adequado para a radiculopatia.
Post realizado por:
Dra Laura Montouro
- Neurologista pela FAMERP
- Fellow em doenças neuromusculares e eletroneuromiografia FAMERP
- Membro titular da Academia Brasileira da Neurologia
- Associada à Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica
- Docente nível III da Faculdade de Medicina de Catanduva
CRM 209778-SP
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